Semeando a Palavra de Deus: <!--[if gte mso 9]> 800x600 <![endif]-->
1 - UMA...: 1 - UMA FÓRMULA PARA O PENSAMENTO Recebi há algum tempo a visita de um homem que admiro muitíssimo. Ele começara a trabalhar em cert...
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
quarta-feira, 17 de julho de 2013
1 - UMA FÓRMULA PARA O PENSAMENTO
Recebi há algum tempo a visita de um homem que admiro
muitíssimo. Ele começara a trabalhar em certa empresa, muitos anos atrás,
exercendo uma função inferior, mas com muita vontade de vencer. Ele era dotado
de muitas habilidades, e de uma grande energia, e fez bom uso disso. Hoje, esse
homem é o presidente da companhia, e possui tudo que tal cargo representa.
Entretanto, durante a caminhada que o levaria a esta
posição, ele não obteve a felicidade pessoal. Tornou-se nervoso, tenso,
preocupado, doentio. Um de seus médicos sugeriu-lhe que procurasse um pastor.
Conversamos sobre remédios que lhe haviam sido receitados e
que ele tomara. Depois, peguei uma folha de papel e dei-lhe a minha receita:
ler o Salmo 23, cinco vezes por dia, durante uma semana.
Disse-lhe que o tomasse exatamente como eu indicara.
Primeiro, deveria lê-lo logo que acordasse de manhã, atentamente, meditando bem
nas palavras, e em espírito de oração. Depois, ele o leria após o café, do
mesmo modo. Leria após o almoço, e, novamente, após o jantar, e, por fim, antes
de se deitar.
Esta leitura não poderia ser rápida, apressada. Ele teria
que parar em cada frase,e, deixar a mente embeber-se bem do significado de cada
uma.
Assegurei-lhe que dentro de uma semana as coisas mudariam.
Isto pode parecer simples demais, mas, na realidade, não é.
O Salmo 23 é um dos mais poderosos trechos de prosa que existem, e opera
maravilhas no coração de qualquer um. Eu já indiquei seu estudo para várias
pessoas, e todos os que o fizeram, obtiveram bons resultados. Ele pode mudar
toda uma vida em sete dias.
Certo homem me disse que não tinha tempo para lê-lo durante
o dia, e por isso leria todas as cinco vezes pela manhã. Entretanto, se um médico
lhe receitasse um remédio para ser tomado após as refeições, ou de tantas em
tantas horas, nem ele nem ninguém, em são raciocínio, tomaria a dose toda de
uma vez.
Algumas pessoas me dizem que após dois ou três dias de
meditação, elas crêem que já o conhecem bem, e não o lêem mais; passam apenas a
meditar nele durante o dia. Isto não resolve. Para se obter bons resultados, o
estudo precisa ser feito do modo indicado.
O filósofo Ralph Waldo Emerson disse: “O homem é aquilo em
que ele pensa constantemente.” Marco Aurélio afirmou: “A vida do homem é o que
seus pensamentos a fazem.” Norman Vincent Peale: “Mude seus pensamentos, e
mudará seu mundo.” E a Bíblia ensina: “Porque, como imagina em sua alma, assim
ele é” (Pv. 23:7).
O Salmo 23 é uma fórmula pela qual podemos modelar nosso
pensamento.
Quando saturamos a mente com as verdades nele encontradas,
adquirimos um novo modo de pensar, uma nova forma de vida. O salmo não é muito
longo.
Qualquer um pode memorizá-lo facilmente em pouco tempo. E,
realmente, muitas pessoas o sabem de cor. Contudo, o poder deste salmo não esta
em memorizar as palavras e, sim, em meditar nos pensamentos que ele contêm.
O valor deste texto está no fato de que ele representa uma
visão positiva da vida, uma visão esperançosa e cheia de fé. Nós cremos ter
sido ele escrito por Davi, o mesmo Davi que teve um capítulo negro em seu
passado, um capítulo de pecado e de derrota. Entretanto, ele não perdeu tempo
se lamentando, ou remoendo o fato.
Aqui, o Rei Davi está animado pelo mesmo espírito que levou
o apóstolo Paulo a escrever: “Esquecendo-me das cousas que para trás ficam e
avançando para as que estão adiante de mim, prossigo para o alvo” (Fl.
3:13,14), ou o mesmo espírito que dominava o Senhor quando disse: “Nem eu tão
pouco te condeno; vai, e não peques mais” (Jo 8:11).
Leia-o do modo como indico. Dentro de sete dias, você terá
um novo e valioso modo de pensar, que estará firmemente arraigado em sua mente,
operará mudanças maravilhosas em sua linha de raciocínio e lhe dará uma nova
vida.
2 - O SENHOR É O MEU PASTOR E NADA ME FALTARÁ.
Logo após a segunda grande guerra
, os exércitos aliados recolheram milhares de crianças
desabrigadas e famintas, e as levaram para alojamentos especiais. Ali essas
crianças foram alimentadas e tratadas.
Entretanto, à noite, elas não conseguiam dormir bem.
Pareciam sempre inquietas e temerosas.
Por fim, um psicólogo descobriu a razão do problema e como
solucioná-lo: tratava-se de insegurança. Então, eles decidiram que, quando as
crianças fossem dormir, receberiam uma fatia de pão para segurarem. Aquele
pedaço de pão não era para ser comido; deviam apenas segurá-lo. Se
demonstrassem desejo de comê-lo, deveriam ganhar outra fatia de pão, mas aquela
eles não poderiam comer.
O pedaço de pão produziu resultados miraculosos. As crianças
dormiam com a certeza subconsciente de que teriam algo para comer no dia
seguinte.
Isto lhes proporcionava um sono tranqüilo e calmo.
No Salmo 23, Davi fala da presença deste sentimento de
segurança no coração da ovelha, quando diz: “O Senhor é o meu pastor, nada me
faltará.” A ovelha sabe, instintivamente, que o pastor tem reservas para sua
alimentação do dia seguinte, pois, se tem provisões para hoje, terá para o futuro
também. Então, ela se deita tranquilamente, tendo na mão - falando
figuradamente - o seu pedaço de pão.
Como vemos, este salmo não começa com uma petição, mas sim
com uma declaração simples de um fato: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.
“Não precisamos suplicar bênçãos a Deus.
Roy Smoth já disse (e outros pensadores cristãos também): “Deus
tem as provisões necessárias para atender às nossas necessidades, provisões
estas preparadas antes mesmo que tivéssemos necessidade delas.” Antes que
começássemos a sentir frio, Deus já havia estocado no subsolo o petróleo, o
carvão, e o gás para que pudéssemos nos aquecer. Ele sabia que iríamos sentir
fome, e por isso, antes de criar o homem, Deus tornou fértil a terra e colocou
a vida dentro de cada semente. “Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes
necessidade, antes que lho peçais”, disse Jesus. (Ver Mateus 6:8)
A maior parte de nossas preocupações é com o dia de amanhã,
como aconteceu àquelas mulheres que se encaminhavam para o túmulo de Cristo.
Elas não puderam apreciar as belezas daquele sol matinal e
das flores que ladeavam a estrada. Estavam preocupadas com a questão de quem
lhes removeria a pedra da porta do sepulcro. Ao chegarem lá, viram que ela já
estava removida.
Em outra passagem (Sl 37:25), vemos o comentário de Davi: “Fui
moço, e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua
descendência a mendigar o pão.” Pensando bem, nem eu. Você já viu?
Toda espécie de vida vem de Deus. Isto inclui a minha vida
também. Deus cuida das aves do céu e da erva do campo. E Jesus nos pede para
notarmos que se Deus faz tanto por um simples pássaro e por uma flor silvestre,
quanto não fará por nós? (Mt. 6:25,34)
O apóstolo Paulo disse o seguinte: “E o meu Deus, segundo a
sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus cada uma de vossas
necessidades” (Fp. 4:19). Davi expressa a mesma idéia aqui neste verso: “O
Senhor é o meu pastor, nada me faltará.” Nesta crença, podemos trabalhar e
viver hoje sem nos preocuparmos com o amanhã.
3 - ELE ME FAZ REPOUSAR EM PASTOS VERDEJANTES
Certa manhã, quando eu me preparava para começar outro de
meus dias cheios, senti uma dor nas costas. Mencionei o fato para minha esposa,
mas certo de que o incômodo era passageiro. Entretanto, ela me fez procurar o médico.
Este ordenou minha internação imediata.
Senti-me muito infeliz naquele hospital. Eu não tinha tempo
para desperdiçar, não podia ficar na cama. Minha agenda estava repleta de
anotações de atividades, mas o médico me dissera que cancelasse todos os
compromissos feitos para os próximos trinta dias. Recebi a visita de um querido
amigo meu, também pastor, o qual me disse: “Charles, quero lembrar-lhe apenas
uma coisa: Ele me faz repousar...”
Muito depois de ele ter encerrado a visita e partido, eu
ainda estava ali, deitado, pensando no Salmo 23. Lembrei de como o pastor
oriental sai com as ovelhas para o campo às 4:00 da manhã. Enquanto pastam.
elas estão sempre em movimento, nunca param.
Por volta de 10:00, o sol já está quente, e as ovelhas
começam a sentir calor, ficam cansadas e sedentas. O pastor inteligente sabe
que elas não podem beber água nestas condições, com o estomago cheio de relva
ainda não totalmente digeridas.
Por isso, ele as leva para um canto fresco e sossegado
daquelas pastagens verdejantes, e faz com que se deitem ali. Em repouso, a
ovelha não pasta, e começa então a ruminar, sua maneira natural de proceder a
digestão.
Se estudarmos a vida dos grandes homens, veremos que cada um
deles, a certa altura de sua existência, retraiu-se um pouco do burburinho da
sociedade para se entregar a um período de descanso e meditação. Os grandes
poemas da literatura não são escritos em meio ao bulício das ruas movimentadas.
As mais belas canções não são produzidas por entre o clamor das multidões.
Temos visões de Deus somente quando paramos. O salmista disse: “Aquietai-vos e
sabei que eu sou Deus” (Sl 46:10).
Elias não encontrou a Deus nem no tremor de terra, nem no
fogo, mas na voz calma e tranqüila. Moisés viu a sarça ardente quando estava sozinho
na colina. Saulo de Tarso achava-se numa estrada deserta, em caminho para
Damasco, quando teve a visão celestial. Jesus, também, saía, às vezes, para um
lugar à parte, para orar.
Talvez parar seja uma das coisas mais difíceis para nós. Nós
gostamos de estar trabalhando para o Senhor, de cantar, pregar e ensinar.
Estamos dispostos até a uma certa medida de sacrifício. Gostamos de cantar
alegremente hinos tais como “Mãos ao trabalho”, “Avante, avante o crentes”,
etc.
Raramente nos lembramos de que antes de enviar seus discípulos
para conquistar o mundo, Jesus lhes disse que esperassem, em oração, o poder do
Espírito Santo.
Às vezes, Deus nos faz adoecer para nos obrigar a olhar para
cima. “Ele me faz repousar...” E muitas vezes somos forçados, não por Deus, mas
pelas circunstâncias, a ficarmos presos ao leito. Isto pode acabar se tornando
uma experiência abençoada. Até mesmo o leito de um inválido pode ser um lugar
de bênção, se a pessoa souber transformar em beneficio o seu infortúnio.
Tira de nossa alma a tensão e
o esforço
E assim nossa vida
aperfeiçoada
Fala da beleza de tua paz
Whittier
4 - LEVA-ME PARA JUNTO DAS ÁGUAS DE DESCANSO
As ovelhas, em geral, são muito medrosas. Elas têm medo,
principalmente, das fortes correntezas, e com razão. Por causa de sua pesada
capa de lã, elas dariam péssimas nadadoras. Seria como se um homem vestido com
um pesado sobretudo tentasse nadar. A lã absorveria a água, e o arrastaria para
o fundo.
A ovelha sabe, por instinto, que não poderia nadar numa
correnteza forte, e por isso não se aproxima de riachos para se abeberar;
somente o faz em águas paradas.
O pastor não zomba dos temores da ovelha, e nem tenta
forçá-la a fazer o que não quer. Pelo contrário; ele as guia por montanhas e
vales à procura de águas tranqüilas,
para ali saciarem a sede.
Se não encontra um lago tranqüilo, enquanto as ovelhas estão
descansando, o pastor apanha algumas pedras e faz com elas uma espécie de
represa no riacho, e assim, até o menor dos cordeirinhos pode beber sem receio.
Esta petição do Salmo 23 tem um significado maravilhoso para
nós. Deus conhece nossas limitações, e não nos condena por nossa fraqueza. Ele
não nos força a ir onde não nos sentiríamos seguros e felizes. O Senhor nunca
exige de nós um serviço que esteja além de nossas energias e habilidades.
Deus está constantemente atendendo às nossas necessidades.
Ele conhece as cargas que estão sobre nossos ombros. Sabe também onde estão
localizados os melhores pastos de nutrição e provisão.
É bom saber que, enquanto dormimos, o Pastor está preparando
as coisas de que precisaremos no dia seguinte. Isto nos dá um grande senso de
segurança.
A Bíblia declara: “Ele não permitirá que teus pés vacilem;
não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita nem dorme o guarda
de Israel.” (Sl. 121:3,4)
Um dos melhores meios de se desfazer uma tensão interior é
mentalizar o quadro de um lago tranqüilo; talvez um pequenino lago, rodeado de
pinheiros. Ou talvez uma nascente calma, descendo uma encosta, ou a superfície
lisa de um mar calmo de ondas suaves.
Depois que o quadro está bem delineado em nossa mente,
podemos repetir, com fé, o verso: “Leva-me para junto das águas de descanso.” Esta
experiência resulta em uma maravilhosa entrega da alma e num forte sentimento
de segurança que nos capacitam a enfrentar o “calor do dia” com confiança,
sabendo que há para nós um poder revigorante e restaurador, quando nos achamos
sob a direção daquele que é mais sábio do que nós.
O grande reformador Martinho Lutero escreveu:
Castelo forte é nosso Deus
Espada e bom escudo
Com seu poder defende os seus
Em todo transe agudo
Foi este sentimento de confiança que levou Davi a escrever o
Salmo 23. E, à medida que saturamos a mente com a leitura do salmo, nós também
adquirimos a mesma confiança.
5 - REFRIGERA-ME A ALMA
Recebi uma carta que, entre outras coisas, no final dizia
assim:
“A vida acabou para mim
durante aqueles anos... através de um processo vagaroso.
Levei muitos anos para
construir minha fé, e agora ela morreu totalmente. Sou como uma casca vazia.
Talvez a própria casca... já tenha se acabado também.”
Gostaria de falar ao autor desta carta a respeito do
significado das palavras de Davi no Salmo 23: “Refrigera-me a alma.” Ele se
lembra de quando o rebanho saía a pastar, cada ovelha tinha um lugar
determinado na fila, e durante todo o dia ela conservava a mesma posição.
Algumas vezes, porém, no decorrer do dia, elas deixavam seu
lugar e se aproximavam do pastor. Este colocava a mão no focinho ou na orelha
do animal, coçava-o de leve e sussurrava alguma coisa ao seu ouvido. Depois,
reconfortada e mais animada, ela voltava ao seu lugar.
Davi se lembra de como ele próprio estivera perto de Deus
antes, de como Deus o protegera quando saíra para enfrentar o gigante Golias, e
de como ele o guiara ao longo de sua caminhada para o sucesso. Depois disso,
Davi passara a estar sempre muito ocupado, tornara-se mais capaz de cuidar de
si mesmo, e não sentia necessidade de uma dependência direta de Deus.
Davi distanciou-se de Deus. Depois pecou e isto o fez
infeliz. O peso da culpa tornou-se insuportável. Então arrependeu-se. Deus o
ouviu, perdoou e restaurou sua alma. Ele tornou-se um novo homem.
A mente humana é muito semelhante ao corpo. Ela pode sofrer
lesões. O arrependimento é uma ferida da alma. e uma ferida profunda, mas
limpa, isenta de infecção; uma ferida que cicatriza rapidamente, a não ser que
penetre nela algum corpo estranho, coisas como amargura, autopiedade ou
ressentimento.
O pecado é outro ferimento.
Quando eu quebro algum dos meus princípios de vida, estou
ferindo minha alma; esta é uma ferida infectada, uma ferida que o tempo não
cicatriza.
O senso de culpa pode, gradualmente, destruir uma vida e
torná-la uma casca vazia, sem conteúdo. E só existe um médico que pode curá-la.
O Salmo 51 e a oração confessional de Davi.
Esta frase: “Refrigera-me a alma” pode ter ainda um outro
significado. A versão inglesa de Moffat diz o seguinte: “Ele me restaura a
vida.” O espírito humano às vezes perde a vivacidade, como se esta fosse uma
corda de relógio, que se acaba.
Nós perdemos nosso vigor e incentivo espiritual. Ficamos
menos dispostos a lutar contra as dificuldades. Deixamos de atuar como
verdadeiros soldados da fé.
A vida consegue roubar a vitalidade das pessoas, como se
retira o suco de uma fruta, deixando apenas bagaço. A pessoa fica só com a
casca. Não sente mais entusiasmo por nada. O começo de um novo dia não lhe dá
nenhum ânimo ou novo alento.
A Bíblia diz que Deus criou o homem e “lhe soprou nas
narinas o fôlego de vida, e o homem
passou a ser alma vivente” (Gn. 2:7). Deus pode querer soprar nova vida naquele
que está perdido.
Só Deus pode fazer isto.
Falando a um grupo de médicos em Atlanta, nos Estados
Unidos, o Dr. R. B. Robins fez a seguinte declaração: “O divã de um psiquiatra
nunca pode tomar o lugar da Igreja na função de resolver os problemas de uma
sociedade frustrada.”
“Refrigera-me a alma.”
“Ele me restaura a vida.”
6 - GUIA-ME PELAS VEREDAS DA JUSTIÇA, POR AMOR DE SEU NOME
Há uma inscrição em um monumento da Flórida que diz o
seguinte: “Venho aqui para encontrar-me a mim mesmo. É tão fácil a gente se
perder no mundo!” Isto e verdade.
Muitas vezes nós chegamos às encruzilhadas da vida e não
sabemos que direção seguir. Há muitas decisões a serem tomadas, e, às vezes, é
muito difícil chegar-se a uma delas. É então que nos sentimos desorientados,
perdidos, e precisamos de orientação. Nesse Salmo 23, Davi diz confiantemente: “Guia-me
pelas veredas da justiça” E (por caminhos certos).
Com certeza, Davi está se recordando de seus dias de pastor.
Ele sabia que as ovelhas não tinham muito senso de direção. Um cão, um gato ou
um cavalo, quando se extraviam, sabem perfeitamente achar o caminho de volta.
Eles parecem possuir uma bússola interior. Com a ovelha isto não acontece.
A ovelha não possui boa visão. Não enxerga mais que oito ou
dez metros à sua frente. As campinas da Palestina eram cortadas por trilhas
estreitas, pelas quais os pastores levavam o rebanho para o pasto.
Algumas destas trilhas terminavam à beira de precipícios, nos
quais a ovelha desavisada poderia cair e morrer. Outras iam dar em becos sem
saída. Havia, outras, porém, que levavam a pastos verdejantes e às águas
tranqüilas. Algumas vezes, o pastor as guiava através de passagens íngremes e
perigosas, mas os caminhos por que passavam sempre iam dar em um bom lugar.
As ovelhas estavam sempre dispostas a deixar a escolha deste
lugar aos cuidados do pastor. Era assim, como no cântico:
Senhor, quero colocar a minha
mão na tua,
Sem murmurar, sem reclamar.
Contente estar, qualquer que
seja minha sorte
Contanto que seja meu Deus
quem me guie.
Talvez Davi estivesse pensando em seus antepassados,
marchando por um deserto sem trilhas certas, em sua caminhada do Egito para a
terra prometida. Deus enviou uma coluna de fogo para guiá-los à noite, e uma
nuvem, de dia. Foi seguindo-a que os israelitas chegaram à terra pela qual
ansiavam.
Para algumas pessoas, essas “veredas da justiça”, às vezes,
vão significar dificuldades. Ouvi a história de um rapazinho inglês que
resolveu engajar-se no exército britânico, para servir na Índia.
Perguntado sobre a razão desta escolha, ele respondeu: “Soube
que no exército indiano eles pagam bem, e a gente trabalha pouco. Depois de
algum tempo de serviço, eles aumentam o salário, e diminuem o serviço.
Quando a gente se aposenta, eles pagam bem, para não se
fazer nada.”
Embora Deus não nos dê um mar de rosas, neste campo de
batalha, nem coloque um tapete em nossa pista de corridas; embora ele não nos
prometa uma vida sem lutas, ele nos garante forças para a caminhada e a sua
presença constante.
Notemos que o salmo diz: “Guia-me.” Ele não nos empurra por
este caminho, ele vai à frente, subindo a mesma ladeira que subimos — o homem não se encontra sozinho. Quando vamos
pela vida, dando um passo de cada vez, nós andamos com ele nas “veredas justas”.
O grande sábio Salomão afirmou: “Reconhece-o em todos os
teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Pv. 3:6). Isto é verdade.
Todos que, sinceramente, procuram fazer a vontade de Deus, qualquer que seja
ela, conhecerão a força de orientação da sabedoria eterna.
Ele o levará à sua terra prometida.
7 - AINDA QUE EU ANDE PELO VALE DA SOMBRA DA MORTE, NÃO TEMEREI MAL NENHUM, PORQUE TU ESTÁS COMIGO
Desejo contar aqui uma ilustração acerca de uma senhora que
recebeu a notícia de que seu filho fôra morto. Então ela ficou desesperada.
Fechou-se no quarto e não quis receber ninguém.
Seu pastor foi visitá-la. Sentou-se a beira do leito, mas
ela se recusou a dar-lhe atenção. Ele ficou em silêncio durante algum tempo e
depois começou a dizer: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.” E recitou
todo o salmo, frase por frase, com voz suave e calma. E aquela mulher o ouviu.
Quando ele chegou a este verso, que tem grande poder
reconfortante, ela começou a recitar juntamente com ele; “Ainda que eu ande
pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo.” Quando
terminou, ela sorriu debilmente e disse: “Agora, parece que tudo mudou.”
Henry Beecher disse que o Salmo 23 é o rouxinol do livro de
Salmos. O canto do rouxinol nunca é mais belo do que numa noite escura. Para a
maioria dos homens, a morte é o fato mais terrível.
Após um culto fúnebre, alguém se aproximou de mim, e
disse-me: “O senhor já oficiou muitos destes cultos. Será que isto não se
tornou uma rotina para o senhor?” A resposta é não. A gente nunca se acostuma
com a morte.
Cada uma é um acontecimento diferente.
Nos a enfeitamos com flores e coroas, e cantamos belos
hinos, mas nem mesmo as flores e a música podem transformar uma sepultura num
lugar de festa. A morte nos torna temerosos. Nós nos sentimos sozinhos e
desamparados.
É certo que a expressão “vale da sombra da morte” não
significa apenas morte física. Ela já foi traduzida como “o corredor sombrio”,
e compreende todas as experiências duras e terríveis da vida.
Alguém já falou do vale da sombra da morte, um vale que
existe na Palestina, e vai de Jerusalém ao mar Morto. É uma trilha estreita e
perigosa que corta as montanhas. Sendo um caminho árduo, é muito fácil uma
ovelha precipitar-se ribanceira abaixo e morrer.
É uma viagem difícil que ninguém deseja fazer. Contudo as
ovelhas não a receiam. Por que? porque sabem que o pastor vai com elas.
E para nós há os momentos sombrios da vida, os quais todos
temos que atravessar. A morte é um deles. Desilusões são outros destes momentos.
A solidão é outro. E há vários outros ainda.
Já conversei com muitas pessoas que estavam atravessando o “vale
das sombras”, e disse-lhes que procurassem um lugar e ficassem a sós com Deus.
Disse-lhes que parassem um pouco de lutar; que esquecessem por instantes das circunstâncias
adversas da vida; que impedissem a mente de se preocupar com o amanhã, com o
ano seguinte, com o futuro.
Pare um pouco. fique quieto, em silêncio, e, mesmo que
esteja dentro deste “corredor sombrio”, você sentirá uma presença estranha e
maravilhosa, e a sentirá mais fortemente do que antes. Muitas pessoas me
contaram que sentiram esta presença — que ouviram o canto do rouxinol — em meio à escuridão.
Onde quer que a trilha da vida me leve, eu não temerei nada,
disse Davi. E milhares e milhares de outras pessoas também já se libertaram
desse medo. Como? “Tu estás comigo.” Há um grande poder nesta presença.
8 - A TUA VARA E O TEU CAJADO ME CONSOLAM
Conheci um homem que ficara gravemente ferido em um ciclone.
Depois do acidente, ele perdera muito de sua alegria de viver. Não por causa
das lesões que sofrera, mas porque estava temeroso de que outro ciclone pudesse
se abater sobre ele. Se tal acontecesse, não havia nada que ele pudesse fazer.
Ele se preocupava porque sabia que, se tivesse que enfrentar
outro ciclone, ele não tinha meios de se defender. Até que, um dia, seus filhos
resolveram construir-lhe um abrigo subterrâneo. Quando ficou pronto, o homem
olhou-o, e seu rosto se abriu num sorriso de alegria.
Agora, o ciclone mais terrível poderia vir — agora ele tinha
proteção.
Aquilo foi de grande conforto para ele.
No salmo 23 há um verso que diz: “A tua vara e o teu cajado
me consolam.” A ovelha é um animal muito vulnerável. Ela não tem meios próprios
de defesa. É presa fácil para qualquer animal feroz. Por esta razão, a ovelha é
temerosa.
O pastor sempre carrega consigo um bastão pesado e duro, de
cerca de sessenta centímetros a um metro de comprimento. Quando Davi escreveu
este salmo, provavelmente estava se lembrando da necessidade que ele próprio
tivera de usar aquela vara. Em 1 Samuel 17, ele conta a Saul como matara um
leão e um urso para proteger seu rebanho.
Além da vara, o pastor tem também um cajado, de quase três
metros. A ponta deste cajado é recurvada, formando um gancho. Muitas trilhas da
Palestina vão margeando barrancos íngremes. Era muito fácil a ovelha, às vezes,
desequilibrar-se e escorregar para o abismo, ficando suspensa apenas por uma
saliência estreita.
O pastor então estendia o cajado; encaixava-o no peito da
ovelha, e a içava para cima, de volta ao caminho certo. A ovelha sente-se
instintivamente protegida pelo cajado e pela vara que o pastor carrega.
E o conforto de saber que o pastor é capaz de solucionar
qualquer emergência que surgir.
Eu tenho seguro sobre meu carro. Espero nunca precisar
utilizá-lo, mas sinto-me mais tranqüilo tendo o seguro.
Não aprecio muito a idéia de nosso país ter de empregar
verba tão grande na manutenção de seu potencial bélico. Contudo, quando penso
na insegurança da situação mundial, esta força bélica do país nos dá certo alívio.
Tenho também algumas necessidades a que eu próprio não posso
atender.
Como o apóstolo Paulo, sinto muito conforto em dizer: “Ora,
aquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos,
ou pensamos, conforme o seu poder que
opera em nós, a ele seja a glória...” (Ef. 3:20).
O mal parece estar dominando o mundo hoje. Nós todos estamos
temerosos, e muitas vezes temos uma forte sensação de desamparo. É então que
encontramos grande consolo em pensar no poder de Deus.
É lógico que não penso em Deus com um abrigo subterrâneo ou
um seguro contra acidentes. Entretanto, posso dizer como o poeta cristão:
Deus é minha salvação: a quem
temerei?
Em trevas, em tentação, ele é
a minha luz e o meu socorro
Embora as hostes malignas se
acampem ao meu redor
Estou firme na batalha
Nenhum temor pode me abalar,
Com Deus à minha direita.
“A tua vara e o teu cajado me consolam” — esta frase dissipa
em meu coração toda a ansiedade e o temor do futuro.
9 - PREPARAS-ME UMA MESA NA PRESENÇA DOS MEUS ADVERSÁRIOS
Nossa família morou certa vez numa cidade do interior, e
houve ali uma questão acerca da instalação ou não de um salão de bilhar. Meu
pai foi um dos que violentamente se opuseram a ele. Lembro-me de que alguém lhe
perguntou, em tom de brincadeira, se ele temia ser tentado a jogar bilhar.
Ele respondeu que não, mas que tinha filhos, e que não
queria vê-los numa casa de bilhar. Ele poderia também procurar impedir que os
filhos freqüentassem o local, mas preferia impedir que o salão fosse instalado.
Esta opinião de meu pai sobre o assunto serve bem para
ilustrar o que Davi queria dizer com as palavras: “Preparas-me uma mesa na
presença de meus adversários.”
Nas campinas da Terra Santa, havia algumas plantas que, se
ingeridas, seriam fatais para as ovelhas. Havia outras ainda que possuíam
espinhos, e arranhariam o focinho do animal, provocando ferimentos sérios.
” da ovelha. Mais tarde, ele vinha
e amontoava a erva já seca, e a queimava Antes de iniciar o período de
pastagem, o pastor saia com um
enxadão, e destruía aqueles
“inimigos. Depois disso, o pasto estava pronto para receber as ovelhas. Ele se
tornava, por assim dizer, uma mesa preparada para elas. Os inimigos
tinham sido afastados.
Nós temos que fazer isto constantemente para nossos filhos.
Nos horários em que as crianças vão e regressam da escola, há sempre uma
oficial da Policia Feminina parada na esquina da rua. Ela está ali para
protegê-las.
Felizmente, a escola que meus filhos freqüentam ainda não
enfrentou um caso grave de uso de drogas, mas eu apóio esta atitude das
autoridades municipais de manterem a vigilância, a fim de conservarem o
estabelecimento livre do problema. Penso o mesmo a respeito da literatura
obscena, e de outras coisas que destroem a integridade moral das pessoas. Temos
que estar constantemente nos batendo contra nossos inimigos.
Se quiser obter boa colheita, o lavrador tem que fazer mais
do que semear o campo. Ele tem que estar sempre limpando a roça das ervas
daninhas. Assim também, o Espírito de Deus tem que estar continuamente em luta
no interior do homem. Não basta pregarmos o evangelho; temos que destruir o
inimigo.
Há pouco tempo meus filhos foram vacinados contra certa
enfermidade. Sou grato à ciência médica por esse trabalho de prevenção e
destruição dos vírus que causam as moléstias. Tanto os pais, como a ciência, o
governo e a sociedade devem preparar as mesas, pela destruição do inimigo, para
que a vida humana possa se desenvolver em segurança.
Outra coisa: Jesus expressou a mesma petição de Davi, quando
disse: “Não nós deixes cair em tentação”. Nós sabemos muito bem que, na jornada
desta vida, encontraremos inúmeros inimigos procurando nos destruir.
Muitas pessoas temem não suportarem as pressões; têm medo de
errar e de cair.
Mas o Pastor de nossas almas vai à nossa frente, e nós
podemos estar certos de sua proteção e de seu poder. Existe uma “vitória que
vence o mundo, a nossa fé” (1 Jo 5:4).
10 - UNGES-ME A CABEÇA COM ÓLEO; O MEU CÁLICE TRANSBORDA
Nunca esquecerei as palavras que o técnico do nosso time de
futebol americano na faculdade nos disse no primeiro treino a que compareci.
Ele disse que o futebol era um esporte muito violento. e que, se quiséssemos
praticá-lo, tínhamos que aceitar o fato de que iríamos sofrer algumas
contusões.
Assim também é a vida. Se quisermos vivê-la, temos que
esperar alguns ferimentos e mágoas. E é assim mesmo. Foi pensando nisto que
Davi escreveu: “Unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda.”
Quando as ovelhas estão pastando, às vezes elas cortam o
focinho contra alguma pedra aguda escondida na relva. Além disso, pode haver
espinheiros, e elas sofrerem arranhões e ferimentos.
Outras vezes, a subida era íngreme, e o sol estava muito
quente, inclemente mesmo. No fim do dia, o rebanho estava muito cansado, sem
forças.
Ao chegarem ao aprisco, o pastor se punha à entrada e
examinava cada ovelha que passava. Se ela tivesse algum ferimento, ele lhe
aplicava um óleo balsâmico que ajudava a cicatrizá-lo, e evitava a infecção. A
ovelha ficava boa logo.
Outra peça dos apetrechos do pastor era um vaso de barro que
estaria cheio de água. Era um tipo de jarro que conservava a água sempre
fresca, pelo processo da evaporação. À medida que cada ovelha se aproximava,
ele mergulhava na água uma grande caneca, e a estendia para o animal cheia até
a beirada. A ovelha sedenta e cansada sorvia com prazer o líquido restaurador.
Todos nós nos lembramos bem de quando éramos crianças e
cortávamos o dedo, ou dávamos uma topada. Logo corríamos para a mamãe, ela nos beijava, e a dor passava. Parecia haver um
místico poder curativo no seu amor.
Agora somos adultos, mas ainda nos ferimos. Nosso coração
sofre tristezas e mágoas. A consciência às vezes nos dói, como um dente
infeccionado. Somos feridos também em nossos sentimentos. O mundo pode nos
parecer rude e cruel. Outras vezes ficamos cansados e desanimados. A vida se
torna um peso insuportável.
Aqui também vemos o terno Pastor que compreende o sofrimento
de seus filhos e está sempre pronto e capaz para nos socorrer nestes transes.
Harry Lander, o famoso artista escocês, ficou moralmente
arrasado quando perdeu seu filho, mas ele se encontrou com o Pastor.
Certa vez, ele deu um concerto em Chicago perante um
auditório lotado.
No fim, ele teve que atender aos insistentes pedidos de bis.
Afinal, quando conseguiu silenciar a platéia, ele disse tranquilamente: “Não
devem aplaudir a mim e sim ao bom Deus; é ele que põe a música em meu coração.”
Notemos que Davi disse: “Unges-me a cabeça com óleo; meu cálice transborda. Ele não disse: Unge-nos
a cabeça. Ele usou o pronome no singular. Durante todo o dia, o pastor esteve
cuidando do rebanho como um todo, mas quando entram no aprisco, ele as examina
uma a uma.
Um de meus professores da faculdade nunca conseguia lembrar
meu nome. De certa forma, eu também nunca aprendi a gostar dele. Jesus disse: “Ele
chama pelos nomes as suas próprias ovelhas” (Jo 10:3). Gosto desta passagem.
Faz-me sentir importante.
O salmista disse: “O Senhor... sara os de coração
quebrantado... conta o numero das estrelas” (Sl. 147:2,3,4). Todo o poder do
universo esta a minha disposição.
11 - BONDADE E MISERICÓRDIA CERTAMENTE ME SEGUIRÃO TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA.
No musical “South Pacific”, Mary Martin cantava uma melodia
que eu considero maravilhosa. A letra dizia: “sou como um viciado, amarrado a
uma droga chamada esperança. Não consigo arrancá-la de meu coração.”
Davi disse exatamente o
mesmo, só que com outras palavras: “Bondade e misericórdia certamente me
seguirão todos os dias da minha vida.” Não se trata aqui da expressão de um
desejo. Ele diz certamente... com toda certeza... certeza absoluta.
Davi já era idoso quando escreveu o Salmo 23. ele
presenciara muitas tragédias e sofrera grandes decepções, mas também chegara a
conhecer Deus melhor — um Deus que conhece as necessidades de seus filhos, e
que atende amplamente a estas necessidades; um Deus que nos restaura a vida e nos
livra do medo. Apesar das nuvens escuras que surgissem no horizonte, tendo um
Deus como ele, o salmista estava certo de que o sol se levantaria no dia
seguinte.
Estamos sempre ouvindo relatos sobre a maldade do homem e a
destruição final do mundo. Sabemos da existência de bombas que podem destruir várias
cidades com uma só detonação. Nós trememos ao ouvir as horríveis predições do
implacável julgamento de Deus.
Entretanto, quando nossa mente se volta para este quadro do
Pastor amoroso guiando suas ovelhas, de certo modo, sentimo-nos confiantes em
que ele estará conosco, dirigindo-nos pelos vales escuros.
Um dos maiores educadores que já se levantou na América foi
o Prof. Endicott Peabody, antigo diretor da escola de Groton. Certo dia, na
assembléia dos alunos, ele disse: “Lembrem-se de que a vida nem sempre correrá
mansa e calma... A grande verdade que devemos ter em mente é que a tendência da
civilização é progredir sempre para o alto”.
Estas palavras ficaram gravadas na mente de um dos rapazes.
Aquele estudante, cerca de quarenta anos depois, conseguiu dar um novo alento à
sua nação quando disse: “A única coisa que temos a temer é o próprio medo”.
Franklin D. Rooselvelt será sempre lembrado como um homem que renovou as
esperanças de um país em desespero.
Muitas pessoas se julgam a caminho do desastre total. Elas
se sentem mal, e deixam a mente ser dominada pela idéia de que estão doentes.
Já começam o dia com um sentimento de mau presságio. Contemplam o futuro com
apreensão e tremor.
Li de um professor que tem obtido muito sucesso em seu
trabalho. Ele pede aos alunos para ficarem em silêncio e imaginarem a mente
como um papel em branco ou uma tela cinematográfica.
Então eles projetam naquela tela um quadro mental: uma coisa
boa que desejam que aconteça. Depois apagam o quadro da mente. A seguir,
projetam-no de novo. O processo é repetido várias vezes até que o quadro se torne
bem nítido e definido. Deste modo, ele se fixa no consciente e no subconsciente
da pessoa. Por fim, o professor manda que os alunos se empenhem no sentido de
tornar o quadro em realidade, mantendo sempre um espírito de oração e fé.
É notável a rapidez e a perfeição com que aquele quadro se
reproduz na vida.
Paremos de prognosticar desgraças para nós e nosso mundo. Digamos
como o salmista: “Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos
nele” (Sl. 118:24).
Comecemos o dia com o coração cheio de esperança. Gravemos
em nossa mente este versículo: “Bondade e misericórdia certamente me seguirão
todos os dias da minha vida”, e realmente será assim.
12 - E HABITAREI NA CASA DO SENHOR PARA TODO O SEMPRE
É um espetáculo impressionante observar o movimento do
centro da cidade de Atlanta às 5:00 da tarde. As ruas estão sempre cheias de
gente e de carros. Todos os ônibus se acham trafegando, e sempre lotados.
O que torna isto emocionante é pensar que todas estas
pessoas estão indo para casa.
O escritor John Howard Payne já se encontrava fora de casa
havia nove anos. Uma tarde, ele estava à janela, e contemplava as pessoas que
passavam, alegres e apressadas, dirigindo-se para casa. De repente, ele se viu
dominado por um sentimento de solidão, naquele quarto de pensão, em Paris.
Com um movimento de impaciência, ele se afastou da janela.
Tinha que trabalhar. Talvez ele estivesse escrevendo uma peça importante, não
sei; mas não tinha tempo para sentimentalismos. Contudo, a atmosfera e a
recordação de uma certa cidadezinha de Long Island não o abandonaram.
Ele apanhou um lápis e escreveu uma canção que continha em
essência esta mensagem:
“Ainda que da vida e prazeres
de um palácio possamos partilhar, ainda assim, mesmo que humilde e simples,
nada como o nosso lar.”
‘Já faz mais de cem anos que isto se deu, mas as palavras
desta canção ainda traduzem o mesmo sentimento, tão real para todos nós: “nada
como o nosso lar”.
Todavia, quando vejo as pessoas indo para casa, sinto
tristeza também.
Sei que alguns não tem lar. Uns andam pelas ruas, procurando
um quarto barato para passar a noite; outros vão para a mais cara suíte de um
hotel — que, apesar de ser rica, não é o seu lar.
Já trabalhei com inúmeros alcoólatras. Várias mulheres já me
disseram como foi que se tornaram viciadas em álcool. Viviam sozinhas em um
quarto ou apartamento triste e vazio. Não há prazer nenhum em se viver assim.
Muitas pessoas começam a beber por causa de uma situação destas.
Mais triste do que ver uma pessoa sem lar no fim do dia, é
encontrar alguém que não está certo de seu relacionamento com Deus, e não tem
esperanças de ir ao lar eterno; uma pessoa que, no fim da jornada da vida, só
espera um túmulo escuro e o esquecimento total.
Davi encerra o Salmo 23 com um poderoso “crescendo” de fé ao
dizer: E habitarei na casa do Senhor para todo o sempre.
Uma das passagens mais emocionantes do livro O Peregrino, de
João Bunyan, é o trecho em que o “Sr. Mente Fraca” fala de sua esperança de
chegar ao lar celestial. Ele diz:
Às vezes,
recebemos maior alento para a vida,
quando fixamos nosso pensamento “naquela terra que fica Além do rio que não tem
pontes”. Se não fosse por esta certeza, muitas das experiências por que
passamos nesta vida seriam insuportáveis.
Davi não possuía muito do
conhecimento bíblico que temos hoje. ele nunca ouviu as palavras: “Eu sou a
ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que
vive e crê em mim, não morrerá, eternamente.” (Jo 11:25,26)
Foi um conhecimento íntimo de um Deus como o que ele
descreve no salmo 23 que lhe deu a certeza de que ao fim de sua vida ele iria
para os céus.
13 - ELE CONHECE O PASTOR!
Existe uma historieta - não sei qual a sua origem — de um
rapaz e um senhor idoso que se encontravam numa plataforma, diante de um grande
auditório.
Estava-se realizando um programa especial. Numa parte dele,
os dois tinham de dizer o Salmo 23 de cor. O jovem, que conhecia as técnicas da
oratória e do drama, falou o salmo com a eloqüência de um grande orador.
“O Senhor e o meu pastor...”
Quando ele terminou, a platéia aplaudiu entusiásticamente,
pedindo bis, para ter o prazer de apreciar novamente sua maravilhosa
interpretação.
Depois foi a vez do outro. Apoiando-se pesadamente sobre sua
bengala, o velhinho encaminhou-se para a frente da plataforma, e com voz fraca
e trêmula, repetiu as mesmas palavras: “O Senhor é o meu pastor...”
Quando ele se assentou, os ouvintes permaneceram em profundo
silêncio.
Todos pareciam estar em atitude de oração. O jovem se
levantou, e disse o seguinte:
“Amigos, quero dar uma explicação. vocês bisaram a minha
declamação do salmo, mas ficaram em silêncio depois que meu amigo terminou. Por
que?
Vou lhes dizer: eu conheço bem o salmo, mas ele conhece o
Pastor.”
Talvez esta imagem do pastor com o seu rebanho não tenha
grande significado para os habitantes das grandes cidades. Entretanto, nunca o povo
da terra se pareceu tanto com um bando de ovelhas assustadas, como atualmente.
Os governos das nações estão receosos uns dos outros. As pessoas tem receio do
governo, de outras pessoas e de si mesmas.
Este salmo de Davi tem sido cantado através dos séculos,
atravessando barreiras de raça e língua. Há vinte e cinco mil anos que ele esta
sendo entesourado no coração dos homens. E hoje isto acontece mais que nunca.
Qual a razão disso? Não é somente pelo fato de ele ser uma
bela peça literária, mas também porque ele ensina que, acima de todas as lutas
e temores, acima das fomes e fraquezas da humanidade, há um Pastor.
E um Pastor que conhece suas ovelhas uma por uma, um Pastor
que é amplamente capaz de atender a todas as suas necessidades; que guia e
protege, e que, ao fim da jornada, lhes abrirá a porta do aprisco, daquela casa
“não feita por mãos”.
Quando se achava no Pólo sul, o Almirante Byrd descobriu, de
repente, que apesar da quietude ao redor, ele não estava sozinho. Esta sensação
fez com que a fé brotasse em seu coração, e, embora estivesse “no lugar mais
frio da terra”, ele sentiu o calor de uma presença reconfortante.
O Salmo 23 nos dá este mesmo senso de segurança. É por isso
que ele permanece vivo no coração de todas as gentes, qualquer que seja o credo
ou raça.
Fórmulas Seguras para se conseguir
manter a saúde mental e espiritual
Charles L. Allen
Ronaldo Lima
Psicologia Pastoral
Assinar:
Postagens (Atom)